a 18ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), que ocorreu no ano passado, a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) é o local que apresenta a maior quantidade de estudantes premiados com medalhas de ouro.
Os alunos estudam em escolas pertencentes aos municípios de Ipatinga e Coronel Fabriciano. Eles receberão as medalhas no dia 10 de junho, no Rio de Janeiro. O evento contará com a presença de ministros e autoridades.
Entre os medalhistas, estão os alunos de Ipatinga: Miguel Souza Siman, da Escola Municipal Padre Bertollo; Karine Ramos Alvarenga, da Escola Municipal Artur Bernardes; Bruno Magalhães Mendes e Miguel Bitencourt Oliveira, da Escola Educação Criativa; Marcos Vinicius Martins de Almeida, do Colégio Fibonacci; e o aluno de Coronel Fabriciano, Daniel Campos de Souza Duarte, da Escola Estadual Padre José Maria de Man.
O coordenador da OBMEP do Vale do Aço, Carlos Torrente, explica que atualmente 99,3% das escolas brasileiras participam da OBMEP, o que inclui escolas públicas e particulares.
“A OBM é classificatória para a Olimpíada Internacional de Matemática. Um aluno, hoje, para fazer a OBM tem que passar pela OBMEP, porque os 300 melhores de cada nível da OBMEP são convidados a fazer a prova da OBM. A OBMEP é separada em três níveis. Nível um é sexto e sétimo ano. No nível dois nós temos o oitavo e o nono ano, e no nível três o terceiro ano. Então nessa prova da OBM há 300 alunos de cada nível. 900 alunos são convidados a fazer uma prova da OBM”, detalha.
Carlos também informa que a OBMEP distribui 6.500 medalhas por ano para às escolas públicas. “São 500 medalhas de ouro, 1.500 medalhas de prata e 4.500 medalhas de bronze. Todo aluno que recebe medalha de ouro, prata ou bronze a nível nacional pode participar de um programa chamado PIC, que é Programa de Iniciação Científica. Há um encontro por mês e esse aluno recebe uma bolsa de 300 reais mensais durante 12 meses, por participar do PIC”, ressalta.
O coordenador ainda afirma que ao ingressar na faculdade, o aluno pode participar de outro programa chamado Programa de Iniciação Científica e Mestrado (PICME), em que o aluno vai poder fazer o mestrado e a graduação ao mesmo tempo.
“Então, a OBMEP é um canal de entrada na universidade, porque além disso tudo, tem duas mil vagas oferecidas pelas universidades para alunos olímpicos, alunos que conseguem ganhar medalhas podem entrar nas universidades que oferecem essas vagas”, enfatiza.
Os 500 alunos medalhistas de ouro da rede pública e os 75 da rede particular participam da premiação, que a cada ano é feita em um local.
Escola Criativa
O coordenador ainda informa que a Escola Educação Criativa é a que tem o melhor resultado em todo o estado de Minas Gerais. “Todos os anos, a Escola Criativa tem cinco premiados. Esse ano tem um grupo menor, mas é a escola que tem o melhor resultado entre as escolas privadas do estado de Minas Gerais”, destaca.
Para a professora do ensino fundamental e ensino médio da escola, Viviane da Silva Teixeira, esse resultado é motivo de orgulho e comemoração.
“Trata-se de uma saudável competição olímpica que acontece entre ótimas instituições educacionais de todo o Brasil. Por tudo isso, é uma alegria contagiante contar um time olímpico de alta performance. A oportunidade de ver nossos alunos vivenciarem novas experiências e possibilidades únicas de representar a nação em olimpíadas internacionais, por meio da OBMEP, é extremamente gratificante e inspirador para todos os discentes, bem como para a equipe de professores”, enfatiza.
Viviane também pontua que para alcançar essa conquista, os alunos foram incentivados. “Fazemos questão de trabalhar a mentalidade dos estudantes diante das possibilidades que se descortinam por meio desta modalidade olímpica. Na última edição da OBMEP, nossa escola destacou-se no cenário nacional, representando de forma relevante não somente a região do Vale do Aço, mas também o Estado de Minas Gerais. Tivemos a honra de contabilizar um total de 19 premiações na OBMEP mirim e 56 premiações na OBMEP, permitindo-nos estabelecer um novo recorde de resultados”, informa.
Além disso, a professora ressalta que a escola foi premiada como destaque nas últimas edições. “Tivemos três professoras premiadas, o que contribui na motivação dos alunos e dos docentes para elevar o engajamento e para obter êxito, principalmente, na aprendizagem da matemática internamente. Ao longo do processo olímpico, oferecemos e incentivamos treinamentos específicos para alunos e professores. Nesse processo, os estudantes atuam também de forma ativa e em grupos onde se ajudam e alguns são alçados à posição de monitores olímpicos dentro do nosso ambiente escolar”.
Ela ainda conta que existe um evento idealizado pela Educação Criativa e organizado pelos alunos em parceria com os profissionais, que é a Semana Olímpica.
“Esse empreendimento conta com a oferta de aulas, de palestras, de atividades práticas e de interações diversas, visando a compartilhar informações e experiências para inspirar o desejo pelo conhecimento de forma divertida, desenvolvendo uma mentalidade competitiva e colaborativa. A Semana Olímpica é aberta ao público externo”, finaliza.
Estudantes
Bruno Magalhães Mendes, estudante do 8º ano da Escola Educação Criativa, demonstra um grande empenho para ganhar nas próximas fases. “Fui convidado no início deste ano para uma semana olímpica da OBM em Bento Gonçalves, no Rio grande do Sul, por uma conquista que tive no ano passado. Foi uma experiência muito boa, fiz muitos amigos e aprendi muita coisa. Isso só aumentou minha motivação para participar das próximas olimpíadas”, ressalta.
Bruno e Miguel – Foto: Divulgação
Miguel Bitencourt Oliveira, do 7ª ano, também estudante da Criativa, não pensa diferente. “Devido ao meu excelente resultado fui convidado a participar da cerimônia de entrega das medalhas no Rio de Janeiro. Estou muito honrado porque vou representar a minha escola”, destaca.
Marcus Vinícius – Foto: Divulgação
Enquanto isso, para o aluno do 1º ano do Ensino Médio do Fibonacci Colégio, Marcos Vinicius Martins de Almeida, a premiação serve de estímulo para a busca de bons caminhos no futuro. “Fiquei muito animado diante da medalha, incentivado a continuar me dedicando aos estudos. A conquista me estimula a perseverar nos estudos por abrir muitas portas. Sinto que meus esforços foram reconhecidos”, conta.
Isabelly Quintão – Diário do Aço