Livro de timoteense é selecionado para programa do governo federal

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Obra conta a história de uma princesa que tem câncer e passa pelo tratamento de quimioterapia, que faz os seus cabelos caírem

O livro “Por que o cabelo da princesa foi passear?” foi escolhido para integrar o catálogo do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do governo federal. A obra é de autoria do professor e escritor Rodrigo Cristiano Alves, que é natural de Timóteo e morador de Ipatinga.

Arquivo pessoal

Agora, qualquer escola pública ou municipal pode fazer o pedido do livro para o governo

Qualquer escola pública ou municipal pode fazer o pedido do livro para o governo

A obra conta a história de uma princesa que tem câncer e passa pelo tratamento de quimioterapia, que faz os seus cabelos caírem. Agora, ela estará disponível em bibliotecas de instituições municipais e estaduais. Antes, o acesso já era permitido em escolas particulares.

Processo
Para compor o catálogo do Ministério da Educação (MEC), o livro teve que ser avaliado, explica Rodrigo. “Os critérios que fazem o livro ser adotado ou escolhido para compor o catálogo do MEC é, primeiro, a pertinência do tema. O tema tem que trazer reflexões mais adequadas. A linguagem tem que ser adequada à faixa etária. O livro não pode ter linguagem ofensiva, não pode fazer nenhuma apologia à bullying ou a questões que não são adequadas para crianças. O livro tem que ter qualidade gráfica, tanto no material impresso, o papel, a capa, e principalmente, também, qualidade no texto e nas ilustrações”, afirma.

Rodrigo também enfatiza que o seu livro é adequado para crianças de sete a nove anos, o que o torna apropriado para o primeiro, segundo ou terceiro ano do ensino fundamental.

“Já ocorreu de escolas adotarem meu livro no quarto ano do Ensino Fundamental, que são crianças um pouco maiores, de dez anos. Já vi que ele já foi adotado para essa faixa etária, mas normalmente é mais comum que as escolas o usem tanto no segundo quanto no terceiro ano do Ensino Fundamental”, conta.

Arquivo pessoal
A inspiração do livro surgiu da curiosidade de uma das filhas do autor sobre a queda de cabelo no tratamento de câncer
A inspiração do livro surgiu da curiosidade de uma das filhas do autor sobre a queda de cabelo no tratamento de câncer

Acesso à obra
O livro faz parte da categoria de obras paradidáticas do PNLD, que podem ir para as bibliotecas ou ser adotados pelas escolas ou professores que tiverem interesse.

“Qualquer escola pública ou municipal tem acesso ao catálogo do governo e pode fazer o pedido do meu livro. Algumas escolas recebem uma verba para os livros didáticos, que têm que ser hoje destinados pelo governo. E em algumas outras escolas, o governo envia os livros a pedido das diretoras, das bibliotecárias”, pontua o escritor à reportagem do Diário do Aço.

Em Minas Gerais, além da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), a obra já foi adotada em Belo Horizonte, Uberaba, Uberlândia, Itabira e Santa Luzia. No restante do país, o livro também está disponível em instituições de São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Nova Friburgo, Sergipe, Bahia, Ilhéus, Rio Grande do Sul e Amazonas.

No Vale do Aço, além de estar disponível em algumas escolas particulares, “Por que o cabelo da princesa foi passear?” pode ser encontrada na Biblioteca Pública Municipal Raquel Pacífico Drumond, em Timóteo, e na Biblioteca Central de Ideias da Usiminas, no shopping de Ipatinga.

Fora as escolas e bibliotecas, a obra também já foi adotada por diversos hospitais de câncer. “Muita gente adquire o livro para doar para os hospitais, para as crianças que estão nos hospitais. Eu tenho retornos muito positivos a respeito de como o livro está sendo útil para essas crianças. E, por incrível que pareça, escuto muitos relatos de famílias que têm adultos que estão passando pelo processo do tratamento, e elas usam o meu livro para explicar para os pequenininhos o que está acontecendo, ou com algum familiar, ou com uma pessoa, um amigo próximo, que também é adulto”, relata.

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Além de escolas e bibliotecas públicas, a obra também já foi adotada em diversos hospitais de câncer Além de escolas e bibliotecas públicas, a obra também já foi adotada em diversos hospitais de câncer

História
Rodrigo Cristiano Alves conta à reportagem que a história do livro é uma forma lúdica que ele escolheu para explicar às crianças o que é o processo de quimioterapia.

“A obra conta a história da princesa Lara, que fica doente, e de seus cabelinhos. Ela tem que fazer o processo de quimioterapia, e os seus cabelos saem para passear. Mas por que uma princesa? Porque é o que fica muito claro para as crianças: princesas, príncipes, reis, rainhas e pessoas comuns, como eu, podem ficar doentes. Então eu escolhi a princesa porque o conto de fadas faz parte do universo das crianças”, alega.

O escritor também reforça que o livro foi inspirado em uma pergunta de uma de suas filhas. “Quando ela tinha sete anos, viu uma reportagem na televisão que mostrava um hospital oncológico infantil, e aí ela me perguntou ‘olha papai, por que aqui algumas crianças são carequinhas?’, porque na cabecinha dela é mais difícil de ver menininhas carequinhas. Para responder à pergunta, escrevi a história que virou livro e está tendo uma repercussão nacional e até internacional, em Portugal, na Bélgica e nos Estados Unidos”, ressalta.

Muito além das prateleiras
Para Rodrigo, é uma sensação indescritível ter sua obra publicada e vê-la circulando em várias escolas do país, com tantas opções de livros e autores. “Eu ganhei dois prêmios com o livro. Ganhei o reconhecimento da Prefeitura de Timóteo como cidadão honorário e recentemente ganhei o prêmio Clarice Lispector de melhor livro infantil”, conta.

Mas, para o autor, o melhor prêmio consiste nos relatos que vem escutando em relação à obra. “É impressionante os relatos que recebo de mães falando: ‘olha, minha filha estava muito triste porque perdeu os cabelinhos por causa da quimioterapia. Aí a sua história ajudou ela a entender o que está acontecendo’. Isso para mim é gratificante, não tem preço. É muito maior do que os prêmios que o livro me concedeu. Saber que o livro está ajudando muita gente são os maiores prêmios que eu posso imaginar em receber”, finaliza.

 

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