O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, 82 anos, se manifestou nesta segunda-feira (19) após a confirmação de que enfrenta um câncer de próstata em estágio avançado, com metástase óssea. O diagnóstico foi divulgado no domingo (18) por meio de um comunicado oficial de sua assessoria.
Em declaração pública, Biden agradeceu o apoio que tem recebido desde a revelação do quadro clínico.
“O câncer afeta a todos nós. Como muitos de vocês, Jill e eu aprendemos que somos mais fortes nos momentos difíceis. Obrigado por nos ajudar com amor e apoio”, afirmou o ex-presidente no Instagram.
O diagnóstico
Segundo sua equipe médica, Biden apresenta um Gleason score de 9, classificação que indica um câncer agressivo, com alto grau de anormalidade celular e rápido crescimento. Exames revelaram que o tumor já se espalhou para os ossos — característica de um quadro de metástase, considerado incurável, mas tratável.
Tratamento em andamento
Embora a cirurgia esteja descartada devido à disseminação do câncer, os médicos avaliam tratamentos sistêmicos, como:
-
Terapia hormonal (ADT): reduz ou bloqueia a produção de testosterona, hormônio que alimenta o crescimento do tumor.
-
Radioterapia de feixe externo: usada para tratar áreas específicas onde o câncer se espalhou.
-
Quimioterapia: indicada para casos avançados ou quando a doença não responde mais aos hormônios.
-
Terapias de nova geração: como inibidores de PARP e imunoterapia, podem ser considerados em determinadas situações.
O objetivo principal é controlar a progressão da doença, aliviar sintomas e preservar a qualidade de vida.
Causas e fatores de risco
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens nos Estados Unidos, atrás apenas do câncer de pele. Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, especialistas apontam alguns fatores de risco:
-
Idade avançada (a maioria dos casos ocorre após os 65 anos);
-
Histórico familiar de câncer de próstata;
-
Ancestralidade africana, que está associada a maior incidência e agressividade da doença;
-
Dieta rica em gordura animal e pobre em vegetais;
-
Exposição a substâncias químicas e histórico de inflamações prostáticas.
O câncer geralmente evolui de forma silenciosa e é muitas vezes detectado por meio do exame de sangue PSA (antígeno prostático específico) e do toque retal. Em casos mais agressivos, como o de Biden, sintomas como dor óssea, fadiga e perda de peso podem surgir.
Histórico de saúde e contexto político
Biden já enfrentou problemas de saúde relevantes, como aneurismas cerebrais, embolias pulmonares, fibrilação atrial e câncer de pele não melanoma. Em 2024, ele decidiu não concorrer à reeleição, encerrando seu mandato em janeiro de 2025, após crescentes questionamentos sobre sua saúde física e mental.
Repercussão nacional
Diversos líderes políticos manifestaram apoio ao ex-presidente. A vice-presidente Kamala Harris declarou que Biden enfrentará esse desafio com “coragem e serenidade”. Já o ex-presidente Donald Trump também enviou votos de pronta recuperação, em gesto de respeito institucional.
Importância do diagnóstico precoce
Médicos ressaltam que, quando detectado precocemente, o câncer de próstata tem altas taxas de cura. Por isso, campanhas de conscientização recomendam que homens a partir dos 50 anos — ou 45, se tiverem fatores de risco — realizem exames periódicos.
No caso de Biden, o diagnóstico tardio e o avanço da doença representam um cenário mais desafiador, mas não necessariamente terminal, graças às opções terapêuticas disponíveis.
Expectativas e próximos passos
Biden permanecerá nos Estados Unidos para dar início ao tratamento. A assessoria informou que ele continuará atualizando o público de forma transparente e agradeceu o carinho de apoiadores.
“Sabemos que não estamos sozinhos. O apoio que recebemos tem sido uma fonte de força para toda a nossa família”, disse a primeira-dama Jill Biden, em nota divulgada nesta manhã.