A Justiça de Santos, em São Paulo, rejeitou o pedido do jogador Neymar e de seu pai, Neymar da Silva Santos, para impedir a publicação de um podcast investigativo que detalha a trajetória e as controvérsias envolvendo o craque. A solicitação previa o veto à divulgação da série e a análise prévia do conteúdo por um período de 30 dias.
O primeiro episódio do podcast, intitulado “O Projeto Neymar deu certo?”, foi publicado no YouTube em 22 de abril, apesar do pedido de urgência feito por Neymar no dia anterior — negado pelo juiz Eduardo Hipolito Haddad. A decisão afirma que a solicitação configuraria “censura prévia”, prática proibida pela legislação brasileira.
Segundo o magistrado, “é inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais”, destacando ainda que “a fama traz em si bônus e ônus” e que o uso da imagem ou história de pessoas públicas não configura, por si só, violação de direitos.
A série, produzida por jornalistas do portal UOL, é apresentada por Juca Kfouri e Pedro Lopes, e conta com seis episódios baseados em mais de 6 mil páginas de documentos e contratos, além de 15 horas de depoimentos. O pai de Neymar é retratado como um empresário influente que exerce grande controle sobre a carreira do filho. A produção também traz entrevistas que revelam aspectos íntimos e pouco conhecidos do jogador.
Neymar Jr., que voltou ao Santos neste ano após mais de uma década na Europa, enfrentou duas lesões consecutivas que limitaram sua atuação em campo. Durante sua recuperação, foi criticado por parte da torcida por participar de eventos como o carnaval no Rio e partidas da Kings League. Atualmente, o Santos ocupa a penúltima posição no Campeonato Brasileiro de 2025.
A Justiça concedeu ao jogador cinco dias para reformular a petição inicial, abrindo a possibilidade de novo recurso. Segundo a decisão, Neymar foi convidado a participar do podcast, mas não respondeu.